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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Mário Roberto Lima

+ MÁRIO ROBERTO LIMA

Quando um gênio morre a humanidade perde um pouco de sua essência. A nossa sorte é que o legado deixado nos conforta e, muitas vezes, conseguimos aproveitar de alguma forma o que nos foi ofertado.
O falecimento de Mário Roberto deixou a família dele, os amigos e colegas de luto, porém, ao mesmo tempo, confortados pela grande utilidade de uma vida.
Recordando momentos de sua adolescência, lembro-me do “laboratório” científico nos fundos da casa do Dr. Bohrer, onde ele e Guilherme César faziam experiências e adoravam assustar seus professores. Era, apenas, o início do gênio que nascia. No ensino médio tornou-se um auxiliar do Padre Maurício Ruffier, no laboratório de física do Anchieta o que lhe valeu, mais tarde, quando professor, usar um laboratório que se tornou bastante familiar para ele.
Pensando em seu trabalho de magistério, lembro-me de quantas vocações para a física foram despertadas. Minha memória passa pela pessoa do físico e doutor em física pala UFRJ, Dr. Barucke e pelo Osvaldo Lucho da Gigalink que conheceu as fibras óticas através do Mário Roberto.
Quando abri um e-mail com as informações sobre seu velório - e vinha da gigalink que o citava como amigo e colaborador- voltei no tempo e recordei as feiras de ciências, onde um adolescente lidando com a efervescência das novidades, apresentou trabalhos premiados com pedaços de fibra ótica conseguidas pelo Mário na UNICAMP.
Friburgo tem, entre outros modelos, um sistema que usa a internet por fibra ótica e tudo começou quando Osvaldo Lucho era adolescente e despertava para uma outra realidade quando poucos nela acreditavam.
O gênio tem a capacidade de lançar sementes e isto nosso amigo foi capaz de fazer. Muitas vezes incompreendido porque pensava além de seu tempo, não desistia de suas buscas e até perdia a paciência quando alguns alunos não demonstravam interesse por saber mais.
Esbanjava criatividade e curiosidade. Se de um lado dava aulas de física no ensino médio e, depois, na Faculdade Santa Dorotéia, não lhe faltavam momentos para regular a temperatura em estufas, num município vizinho, visando a produção de cogumelos.
Viveu para a ciência e esqueceu-se de si mesmo. Tal foi esse esquecimento que não percebia as necessidades de mais cuidado com a dieta alimentar e, cada vez mais, embrenhava-se pelo mundo das descobertas.
Acordou para si mesmo quando o organismo estava combalido pelo diabetes e determinava a queda acentuada da visão que já era comprometida.
Para essas pessoas que escapam à mediania dos mortais, a dimensão da vida é outra. O dia-a-dia cede lugar à busca incessante pelo desconhecido e este “si mesmo” que anda junto com a gente a vida inteira fica um pouco triste quando percebe que perde as batalhas para um concorrente que, sequer, há certeza sobre sua existência.
Edgar Morin citando Heráclito na entrevista a Djénane Tager relembra duas passagens intrigantes: “se não procuras o inesperado, não o encontrarás” e, noutra citação: “acordados, eles dormem”.
Se, para nós, Mário está dormindo, para o criador ele está acordado; e, se nós dormimos, é por causa da falta do desejo de procurar o inesperado e o imprevisível.
É imprevisível mas, mesmo assim, tentarei ainda hoje um e-mail:
marioroberto-ceu@gigalink.com.br; faço isto na confiança que a internet banda larga não é tão moderna assim, data de uma passagem do novo testamento quando Cristo diz a Pedro: “tudo o que ligares na terra, será ligado no céu e tudo o que desligares na terra será desligado no céu.

Prof. Hamilton Werneck

Mário Roberto Lima

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

COMENDA GILDECINA BEZERRA

Estou na úlima atividade educacional do ano de 2010. Depois terei 20 dias de férias. Viajo para Afonso Bezerra, no interior do Rio Grande do Norte, onde, à noite, em solenidade naquele município entre Natal e Mossoró, receberei, por bondade dos professores, a COMENDA GILDECINA BEZERRA, a maior condecoração concedida pelo município. Eles definiram a entrega pelo trabalho realizado no Brasil e, junto comigo estarão alguns grandes amigos de jornada: Pedro Demo, Celso Antunes, Dirceu Moreira e José Pacheco. O mais importante é que este povo reconhece a preocupação com a educação, dado que Gildecina foi professora e mulher de grandes batalhas, reconhecida em sua cidade natal , tendo o nome registrado em escolas e bibliotecas. Gildecina é um grande exemplo para os demais professores, pois, também ela, somente conseguiu formar-se graças ao grande esforço que fez durante a vida. Sou grato ao povo de Afonso Bezerra e compartilho este momento com os leitores desta blog. Dezembro de 2010, dia 17.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

NÃO PRECISAMOS MAIS IR À FINLÂNDIA

Ainda é comum ouvirmos falar sobres os êxitos da educação na Finlândia. Achávamos, até pouco tempo que deveríamos ir lá para conhecermos alguma revolução aplicável ao Brasil. Constatei algo diferente. Ir à Finlândia pode ser um excelente passeio, no entanto as roupas a serem compradas são muito caras tanto quanto a passagem. Fica mais barato ir à cidade de Cajuru, distante de Ribeirão Preto, em São Paulo, apenas 60 km. Lá encontrei uma educação de qualidade, dentro da aplicação cuidadosa dos recursos da educação. O município adquiriu material apostilado de um sistema de ensino e, em troca, recebe o apoio pedagógico e a formação continuada para os educadores. São nove escolas do ensino fundamental. Todas as escolas têm sala de cinema para aprimoramento cultural dos alunos e professores. Os alunos apresentam-se como  alunos normais das escolas públicas, sem aparência de facilidades econômicas, embora esta região seja uma das mais ricas do Brasil. Os professores recebem um pouco mais que o piso nacional e uma central de atendimento com psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga atendem aos casos de necessidade específica. O resultado é alentador. O menor IDEB é de 8,2 e, a escola com o maior IDEB chegou aos 9,2.
Meu caro educador, procure a Secretaria de Educação desta cidade. Se você quiser ir à Finlândia, vá por turismo; para conhecer algum trabalho transformador em educação, vá a Cajuru.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Os desempregados brasileiros e a educação

Hoje, quarta, 8 de setembro, o jornal O Globo indica um número de brasileiros menos desempregados se não concluíram o ensino médio e mais desempregados após a conclusão do ensino médio. Se um desavisado concluir que a educação atrapalha está completamente errado. Não é mais educação que atrapalha, o que impede o trabalho por parte dos que concluem o ensino médio é o que eles estudam, indicando que o país oferece trabalho que eles não sabem desenvolver. Eis a razão da necessidade de se aliar à formação geral, a formação técnica e de se ampliar as escolas técnicas por todo o Brasil. Um salto de desenvolvimento demandará uma população bem preparada, onde o mínimo dessa preparação, será o ensino médio e técnico. Quanto aos que não concluiram o ensino médio e enfrentam um índice menor de desemprego, deixa claro que há no país muitas atividades que ainda não requerem, no setor de serviços, uma formação mais aprimorada. Há muita gente varrendo, capinando, carregando fardos com os braços, cuidando de agricultura familiar e que não concluiu o ensino médio. Se tivessem concluído, certamente estariam num estamento melhor porque as oportunidades aumentam e a capacidade de assimilar as transformações acompanham. 08/09/2010.
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e conferencista.
http://www.hamiltonwerneck.com.br/
http://www.hamiltonwerneck.blogspot.com/