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sexta-feira, 30 de junho de 2017

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE – I CONTEXTO HISTÓRICO É importante para a compreensão da Reforma Protestante, entender o contexto histórico em que ela se deu, seus antecedentes e os conflitos de ideias que se acumulavam desde a idade média. Esta reforma eclodiu no dia 31 de outubro de 1517, quando o monge agostiniano, Martinho Lutero pregou 95 teses na porta do castelo e igreja de Wittembrg na Alemanha. Não se tratava de algo inusitado. Era comum, na época, escrever algumas ideias em pergaminho e pregar em portas de catedrais. Na verdade, estas portas eram os outdoors da época. Quem desejasse alguma comunicação, que a fizesse por lá. Lutero usou a comunicação disponível em sua época. O choque das ideias ali expostas ocorreu por se tratar de uma fustigada severa nas normas disciplinares da Igreja Católica, na autoridade do Papa e uma crítica muito forte às indulgências. Esta questão das indulgências pode ser vista de vários ângulos e, por sua vez, tem seu contexto. No século XII a cristandade ainda sem perspectivas de uma divisão tão séria, vivia com a crença na dualidade da salvação/condenação ou, como queiram, entre céu e inferno. Os debates dentro da Igreja Católica levaram a uma busca de saída intermediária, com a invenção do purgatório, local onde permaneciam as almas dos pecadores que não mereciam a pena eterna do inferno, nem a imediata caminhada para a paz celestial. Uma das maneiras de se ajudar uma alma a sair do purgatório era pagando as indulgências. Este pagamento poderia ser com sacrifícios pessoais, orações, penitências ou contribuições pecuniárias. A pessoa que ganhava comprava indulgências tinha o perdão de todos os seus pecados e o livramento das penas futuras, após a morte, no inferno. Esta invenção rendeu tanto à Igreja Católica em contribuições que foi possível a construção na colina do vaticano, uma das sete que existem na cidade de Roma, da basílica de São Pedro, conhecida hoje, popularmente, como Vaticano. Então, posicionar-se contra as indulgências era algo que atrapalhava muito a vida dentro da Igreja Católica. Ressalta-se que nem todos os cristãos da época tinham dinheiro para conseguir indulgências, daí a busca de outros meios para compensar e, após o Concílio de Trento, a venda das indulgências foi proibida e estimulado um comportamento voltado para questões espirituais. As propostas de Martinho Lutero atingiam outra questão muito importante que poderia ser comparada à segurança nacional do estado moderno. Três pilares sustentavam esta segurança: um rei, uma língua, uma religião. Portanto, ensinar outra língua, seria um fator de divisão, defender a derrubada de um rei, colocando outro em seu lugar, outro crime contra a segurança e, finalmente, pregar uma religião diferente daquela tida como oficial no reino, mais um crime grave. A vida europeia era assim pautada e os princípios do Estado Nacional brotavam como muito fortes naquele início de século XVI. Cada região desenvolvia o seu orgulho próprio, a sua consciência nacional e se defendia, não querendo pagar tributos a outros reinos. Nesse caso, se um germânico pagasse um valor correspondente a uma indulgência, não gostaria de enviar este dinheiro para Roma. Vê-se, portanto, na proposta de Lutero, uma forte tendência germânica em sua reforma e um questionamento de uma aliança muito antiga formadora do Império Romano-Germânico. Poderíamos ampliar este contexto, no entanto, eles são basilares o suficiente, para entendermos o desenrolar dos fatos. Professor Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e palestrante. www.hamiltonwerneck.com.br


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